quinta-feira, 15 de julho de 2010

Confusões




---------*Confundimos "amor" com "ciúme". Quem ama liberta, confia, apóia. Ciúme requer o que não é seu, prende, reprime. (Há quem diga que esse sentimento seja bom em dosagem certa, mas a dosagem certa está sempre relacionada com sua necessidade de atenção. Neste caso, carência justificaria ciúme?)

---------*Confundimos "dar" com "trocar". O "dar" simplesmente expõe, propicia, entrega. Retorno é consequência, não preço, não condição. (Há quem chame de ingrato aquele que recebeu e não retornou, mas quem recebe cumpre seu papel ao receber e quem dá, da mesma forma, ao dar. A cobrança é bastante cultural, embora nunca seja demais dizer "obrigado".)

---------*Confundimos "ser" com "estar". Nada nem ninguém “é”, e sim “está”, pois tudo e todos podem mudar. (Se você é "pé-atrás", chute-se e não "esteja" mais assim pois "pé-atrás" não vai pra frente. Se sua natureza é assim ou "assado", mude, pois a natureza é mutante 24hrs por dia.)

---------*Confundimos "humildade" com "atenção". Dar atenção a alguém não é intrinsecamente um ato humilde e sim, educado. (As pessoas, amavelmente, chamam um artista de humilde quando recebem dele uma atenção, mas isso está relacionado com uma atitude educada por cumprimentar quem se deslocou pra o assistir e provar de sua arte. É humilde aquele que se aceita e se entende e que, por isso, não teme ser criticado, observado ou fotografado.)

---------*Confundimos "timidez" com "indiferença". Às vezes, por timidez, frustramos aqueles que querem, mas não tem iniciativa de nos cumprimentar. (Lembro-me do tempo de colégio em que aqueles que não se abriam facilmente ou não cumprimentavam os que os olhavam, eram tidos como indiferentes, sendo que a atitude destes era fruto de pura timidez, não de arrogância. Mas ainda que não fosse timidez, que obrigação tem os outros de nos cumprimentar, se nós podemos tomar a iniciativa?)

---------*Confundimos fé com religião, religião com espiritualidade, espiritualidade com espiritismo, espiritismo com umbanda, umbanda com candomblé, e coisa e outra com macumba. Confundimos nosso corpo com nosso espírito e só não confundimos nosso espírito com outra coisa porque não nos conhecemos como espíritos, mas isso aí já é outra confusão. Por fim, a pior confusão que fazemos está entre a “vida” e a “morte”. Algo que está morto não toma iniciativa, não enfrenta, não sai do lugar, não faz acontecer, não sente e, principalmente, não arrisca. Será que estamos vivos?

Autor Desconhecido
(Quem souber, por favor me avisa)

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